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Pesquisadores cearenses também perdem objetos de estudo em incêndio no Museu Nacional

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| Universidade | Oito pesquisadores da Universidade Regional do Cariri perdem objetos de estudo no incêndio do Museu Nacional

Subordinado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Museu Nacional abrigava cerca de 20 milhões de peças de geologia, paleontologia, botânica e arqueologia, além de uma das maiores bibliotecas do País, com um importante acervo de obras raras. Apenas 1% desse número impressionante podia ser acessado pelo grande público. Enquanto pesquisadores de todo o Brasil viajavam até o local para investigar pessoalmente as peças fechadas em laboratórios e depósitos restritos.
 

Uma das instituições que mais colaboravam com o Museu, a Universidade Regional do Cariri (Urca), por meio de laboratório de paleontologia, realizava intercâmbio frequente – de pesquisadores e de material de estudo – com a parceira carioca. O incêndio que devastou o Museu Nacional também destruiu o trabalho de pelo menos oito pesquisadores vinculados à Urca que investigavam desde crustáceos fósseis até pterossauros e paleobotânica.

 

“Nós perdemos tudo. Agora estamos parados, esperando pra saber qual é a real situação, pra ver se sobrou alguma coisa. É como se estivéssemos vendo um parente na UTI”, lamenta o paleontólogo Álamo Feitosa, que é curador do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, vinculado à Urca, e que desenvolvia no Museu uma pesquisa sobre crustáceos. “É como se tudo sumisse de repente. 

 

Agora vamos marcar uma reunião, tentar ver o que cada um pode fazer, juntar o que sobrou, ver se ainda tem algo escrito. Ninguém tem uma solução na ponta da língua”.

 

Álamo e os outros sete pesquisadores aguardam informações sobre o estado das peças para dar continuidade às suas investigações. “Muitos de nós estão desde a época da graduação se dedicando a uma única pesquisa, a um único objeto. E esses objetos foram consumidos pelo fogo. Ainda não percebemos a dimensão dessa tragédia”, resume.

 

Segundo o paleontólogo, a parceria entre as duas instituições é antiga – data de pelo menos duas décadas. O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, frequenta a Urca desde 1999, estudando equivalências paleontológicas entre China e a Bacia do Araripe. Em fevereiro último, Kellner e pesquisadores da Urca e da China publicaram um artigo sobre a ontogenia do crescimento de pterossauros na prestigiosa revista Science.

 

Leia também: Alguns dos itens mais valiosos no acervo de 20 milhões de itens do Museu Nacional 

 

“O Kellner ligou a carreira acadêmica dele ao Araripe. Foi o cara que mais descreveu pterossauros aqui na Bacia. Recentemente passamos dois meses na Antártica com pesquisadores da Urca e do Museu Nacional, coletando material, crustáceos. O Museu era como nosso irmão mais velho”, completa. (Jáder Santana)

 

Ciência

 

Oito pesquisadores da Urca tiveram suas investigações completamente interrompidas pelo incêndio no Museu Nacional.

Área:Crustáceos Fósseis

Pesquisadores: Álamo Saraiva e Allysson Pinheiro

Área: Pterossauros

Pesquisadores: Renan Banquim e Xin Cheng

Área: Paleobotânica

Pesquisadora: Flaviana Lima

Área: Bioprospecção molecular / biodiversidade

Pesquisadores: Thatyane Alencar e Damaris Ribeiro

Área: Interação inseto – planta no cretáceo

Pesquisador: Edilson Bezerra Filho 

 

Números

 

20 milhões de itens era o acervo do maior museu de história natural da América Latina

 
Fonte: O Povo Online

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