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Obras de autores ipuenses são destaque no vestibular da UVA

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O vestibular da Universidade Estadual Vale do Acaraú, realizado no último domingo, 28, deu destaque a dois livros de historiadores ipuenses: “O trem e a cidade”, do professor e historiador, Antonio Vitorino Farias Filho e Nas trilhas do sertão: escritos de cultura e política nos interiores do Ceará, volume 4, coletânea de artigos escritos por historiadores cearenses, organizada pelos membros do Grupo Outra História*. Este volume foi coordenado por Edvanir Maia da Silveira e Raimundo Alves de Araújo.
 
As duas questões aparecem em destaque na prova de Conhecimentos Específicos de História. Na primeira delas, dedicada à Confederação do Equador, chama atenção para uma nova visão ou interpretação do movimento proposta pelo historiador ipuense, Reginaldo Alves de Araújo, no terceiro capítulo do livro Nas trilhas do Sertão, vol. 4*, de 2017, intitulado “É guerra: uma nova visão dobre a Confederação do Equador no Ceará”.
 
A segunda questão cita um trecho do livro O trem e a cidade, do professor Vitorino, que estabelece uma relação entre o crescimento da cidade, resultado da ferrovia, e o conceito de progresso estabelecido entre fins do século XIX e início do século XX. O trem e a cidade discute e analisa como a ferrovia foi importante para produzir transformações de ordem social, econômica e cultural na cidade de Ipu e, também, como as mudanças propiciadas pelo trem foram experimentadas por estratos sociais que viviam ali nas primeiras décadas do século XX.
 
O IN conversou com o professor Vitorino e perguntou sobre o que ele achou disso. Para ele, “inicialmente, foi uma surpresa, porque a prova de História da UVA não costuma citar livros recentes de autores locais. Por outro lado, os livros que publicamos já são usados e analisados no curso de História daquela universidade. Como os livros resultam de pesquisas acadêmicas recentes e que têm como objeto de investigação temas locais e regionais, são bons exemplos, para os estudantes, de como se faz pesquisa nos interiores do Ceará, tão carente de produção científica”, ponderou.
 
Perguntado sobre o nível da prova de História, o professor Vitorino argumentou que, “neste ano, parece ter havido uma mudança, ainda que sutil, na forma como as questões foram elaboradas, primando mais pela interpretação e menos pela memorização”.
 
Abaixo reproduzimos as citadas questões, 13 e 15, de conhecimentos específicos, de História.
13. Ao contrário do que se acreditava, a Confederação do Equador não representou nada próximo das revoluções liberais (francesa, americana e pernambucana), posto que não houve um movimento consistente em direção ao republicanismo, mas apenas a tentativa de preservação do poder conquistado com as Juntas Administrativas. (Adaptado de Nas trilhas do sertão, 2017).
O texto acima, do historiador Reginaldo de Araújo é:
a) Uma desqualificação dos movimentos revolucionários no Brasil Império.
b) Uma nova versão sobre a participação do Ceará na Confederação do Equador.
c) Uma defesa do regime monárquico em detrimento do republicano.
d) Um exemplo da participação do Ceará nas revoluções burguesas.
 
15. A ferrovia se traduzia, assim, no grande símbolo do progresso, sendo constantemente associada a um “monstro”, a um “Titã, a um “Prometeu”, mas sem as correntes que o atrelava ao rochedo. As transformações ensejadas por ela se traduziam, para aquelas pessoas, como a materialização do progresso local. As suas representações criadas sobre o período caminhavam nesse sentido. (O trem e a cidade, 2016).
 
Identifique o tema da história do Brasil de que trata esse texto do historiador Vitorino de Farias Filho:
a) O papel das ferrovias no desenvolvimento dos municípios brasileiros entre o fim do Império e o início da República.
b) A desativação das ferrovias nos anos 1950 pelo governo de Juscelino Kubitschek.
c) As dificuldades na instalação das ferrovias no Brasil do século XIX.
d) O papel das ferrovias nas secas do Ceará, no início do século XX.
 
*Grupo Outra História: entidade de pesquisa historiográfica, formada originalmente por historiadores profissionais de Ipu, fundada em 2004, e atualmente congrega historiadores de outras cidades, como Camocim e Sobral.
 
*Nas trilhas do sertão: escritos de cultura e política nos interiores do Ceará, volume 4. Tem como propósito refletir sobre as histórias que se desenrolaram no cotidiano das nossas cidades. Resultado de trabalho consistente de pesquisadores e especialistas em História do Ceará, a coletânea trata de temas como gênero, identidades, imprensa, arquivo, culturas, partidos políticos, memórias, movimentos sociais e ensino de história, da Colônia à República. 
 
 

 

 
Fonte: IN

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