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Ali Khamenei lidera multidão em homenagem a general iraniano em Teerã, no Irã

Aiatolá Ali Khamenei (ao centro) participa de funeral de Qassem Soleimani em Teerã — Foto: Site oficial de Ali Khamenei/Reuters
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O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, chegou a chorar durante uma homenagem ao general iraniano Qassem Soleimani, morto em um ataque americano no Iraque, no funeral que reúne milhares de pessoas, em Teerã, nesta segunda-feira (6).

Carregando cartazes com o retrato de Soleimani, a multidão se reuniu nos arredores da Universidade da capital iraniana, onde Khamenei fez orações pelo general que comandava a Força Quds, uma unidade de elite da Guarda Revolucionária Iraniana com atuação no exterior.

Os caixões de Soleimani e do líder miliciano iraquiano Abu Mahdi al-Muhandis, que foi morto no mesmo ataque em Bagdá, foram transportados pelos populares.

A mobilização popular lembra as massas que se reuniram em 1989 para o funeral do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini, segundo Reuters.

 
 
Em Teerã, multidão acompanha funeral de general iraniano e pede vingança

Em Teerã, multidão acompanha funeral de general iraniano e pede vingança

‘Dias mais escuros’

 
Zeinab Soleimani, filha do general iraniano Qassem Soleimani, fala durante funeral do seu pai na Universidade de Teerã, capital do Irã, nesta segunda-feira (6)  — Foto: Escritório de Ali Khamenei/ AFP

Zeinab Soleimani, filha do general iraniano Qassem Soleimani, fala durante funeral do seu pai na Universidade de Teerã, capital do Irã, nesta segunda-feira (6) — Foto: Escritório de Ali Khamenei/ AFP

A filha do general, Zeinab Soleimani, declarou que o “plano maligno” do presidente americano, Donald Trump, de causar separação entre o Iraque e o Irã, falhou.

“Trump, seu jogador compulsivo, seu plano maligno de causar separação entre o Iraque e o Irã com seu erro estratégico de assassinar Qasem Soleimani e Abu Mahdi Al-Muhandis [líder da milícia iraquiana] falhou e só causou unidade histórica entre as duas nações e provocou seu ódio eterno pelos Estados Unidos “, disse Zeinab Soleimani.

Ela afirmou ainda que a morte de seu pai trará dias mais escuros para Estados Unidos e Israel.

“Hei, louco do Trump, você é o símbolo da estupidez e um brinquedo nas mãos dos sionistas internacionais”, afirmou.

 
Líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, chora durante cerimônia em homenagem ao general Qassem Soleimani  em Teerã, no Irã, nesta segunda-feira (6)   — Foto: Iran Press / AFP

Líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, chora durante cerimônia em homenagem ao general Qassem Soleimani em Teerã, no Irã, nesta segunda-feira (6) — Foto: Iran Press / AFP

Armas nucleares

O presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda que o Irã nunca terá uma arma nuclear. Pouco mais tarde, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que o país “nunca deve obter uma arma nuclear” e deve se abster de mais violência.

Homenagens

 
Multidão acompanha funeral de general Qassem Soleimani em Teerã, no Irã, nesta segunda-feira (6)  — Foto: Site oficial da Khamenei / Reuters

Multidão acompanha funeral de general Qassem Soleimani em Teerã, no Irã, nesta segunda-feira (6) — Foto: Site oficial da Khamenei / Reuters

As homenagens ao general começaram no sábado (4) ainda no Iraque. Depois de sair de Bagdá, o corpo passou pelas cidades de Karbala e Najaf, consideradas sagradas pelos muçulmanos xiitas.

No domingo (5), o corpo seguiu para o Irã e milhares de pessoas participaram do funeral, que começou na cidade de Ahvaz, no sudoeste do Irã. De lá, o corpo de Suleimani seguiu para Mashhad, no nordeste do país. Na terça (7), o cortejo chegará a Kerman, cidade natal do general, onde será realizado o sepultamento.

Ataque e a escalada da tensão

 
Cartaz com a foto do líder espiritual do Irã, aiatolá Ali Khamenei, concedendo a maior honra militar do país ao general Qasem Soleimani, morto em ataque americano, é visto durante funeral em Teerã, nesta segunda-feira (6)  — Foto: Atta Kenare / AFP

Cartaz com a foto do líder espiritual do Irã, aiatolá Ali Khamenei, concedendo a maior honra militar do país ao general Qasem Soleimani, morto em ataque americano, é visto durante funeral em Teerã, nesta segunda-feira (6) — Foto: Atta Kenare / AFP

O general Qasem Soleimani e sua comitiva foram alvos de um ataque com drones perto do aeroporto de Bagdá, no Iraque, na quinta-feira (2).

Soleimani, de 62 anos, comandava a Força Quds, uma unidade de elite da Guarda Revolucionária Iraniana com atuação no exterior e era considerado o segundo homem mais poderoso do Irã, abaixo apenas do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Os Estados Unidos, que classificam Quds como uma força terrorista, acusaram Soleimani de estar “ativamente desenvolvendo planos para atacar diplomatas americanos e membros do serviço no Iraque e em toda a região”.

Soleimani era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país.

Irã prometeu se vingar da morte de Souleimani e, em resposta, Trump disse que atacará 52 alvos iranianos caso os norte-americanos sejam alvo de alguma ação iraniana.

Neste domingo (5), o chefe do Exército iraniano, Abdolrahim Musavi, disse que os EUA não teriam “coragem” para o “conflito”. Já o ex-ministro da Defesa iraniano e atualmente conselheiro militar do país, Hossein Dehghan, afirmou à CNN que “a resposta [ao ataque que matou Soleimani] será com certeza militar e contra alvos militares”.

O Irã anunciou que seu trabalho de enriquecimento de urânio não respeitará mais o acordo nuclear de 2015, que limitava o nível de enriquecimento a 3,6%, e que sua produção não terá mais restrições.

No fim da noite de sábado, no horário local, foguetes atingiram a Zona Verde, área de Bagdá onde ficam embaixada dos EUA e outras representações diplomáticas, e uma base que abriga militares norte-americanos em Balad, a 80 km da capital iraquiana. Ninguém ficou ferido e não se sabe a autoria dos ataques.

Líderes mundiais têm pedido para que Irã e EUA evitem a escalada de violência. Neste domingo, o Papa Francisco pediu “diálogo e comedimento” em meio às tensões no Oriente Médio.

 
Local onde general iraniano foi morto em Bagdá, no Iraque — Foto: Roberta Jaworski/G1

Local onde general iraniano foi morto em Bagdá, no Iraque — Foto: Roberta Jaworski/G1

 

Fonte: G1 Mundo

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