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Soldagem em portão de armazém é citado como estopim de tragédia em Beirute

Legenda: Quase metade de Beirute está destruída ou danifica, segundo o Governo da capital libanesa Foto: AFP
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Investigação refaz a série de equívocos, iniciada em um navio apreendido com carga de potencial explosivo, que resultou nas explosões e na morte de pelo menos 135 pessoas e 5 mil feridos em área portuária de Beirute

As investigações sobre as explosões na região portuária de Beirute, na última terça-feira, que deixaram pelo menos 135 mortos, 5 mil feridos e cerca de 300 mil desabrigados, além de ao menos 100 desaparecidos, apontaram que houve negligência e falta de ação para lidar com o material altamente inflamável, estocado em um armazém no porto há seis anos. A explosão, acredita-se, ocorreu quando se realizava um trabalho de solda no portão do local. A situação que resultou na tragédia teve origem em 2013, quando um navio que carregava 2.750 toneladas de nitrato de amônio chegou à capital libanesa.

O navio Rhosus, de bandeira moldávia, saiu do porto de Batumi, na Geórgia, em direção a Beira, em Moçambique, no dia 23 de setembro de 2013. Ao passar pelo Líbano, no entanto, apresentou problemas técnicos e se viu forçado a atracar em Beirute.

Inspeções das autoridades portuárias determinaram que o navio, construído em 1986, não tinha condições para continuar a navegar. “Após a inspeção pelo controle portuário, a embarcação foi proibida de navegar. A maior parte da tripulação, com exceção do capitão e de quatro tripulantes, foi repatriada, logo após o navio ser abandonado por seus donos, depois que os fretadores e interessados pela carga perderam interesse no produto”, disse o escritório de advocacia libanês Baroudi e Associados, que agiu em defesa da tripulação.

O navio Rhosus supostamente pertence ao russo Igor Grechushkin, que parece ter deletado seus perfis em redes sociais e não se pronunciou publicamente desde terça. Seu endereço mais recente é em Limassol, Chipre, mas seu paradeiro atual é desconhecido. Segundo o capitão Boris Prokoshev, Grechushkin estaria devendo mais de US$ 200 mil (mais de R$ 1 milhão) em salários à tripulação.

Prisão domiciliar

Ontem (5), o Governo do Líbano pediu a prisão domiciliar dos responsáveis pela armazenagem do nitrato de amônio no local das explosões. Já o Banco Mundial informou que está pronto para mobilizar recursos para o Líbano.

 

Fonte: Diário do Nordeste

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