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61 cidades do CE têm risco alto para retorno do vírus do sarampo

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Gráfico. (Foto: Reprodução)

Outras 67 apresentam médio risco e 56 possuem baixas chances de voltarem a ser afetadas pela doença. 

Com casos confirmados em seis estados brasileiros neste ano, o sarampo continua representando ameaça ao Ceará. Mesmo sem ocorrências da enfermidade desde 2015, quando chegou ao fim o surto de dois anos registrado no Estado, mais de 30% dos municípios cearenses apresentam risco alto ou muito alto para a reintrodução do vírus da doença, conforme revela análise da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). 

Segundo o órgão, sete cidades possuem risco considerado muito alto e 54 têm risco alto de registrarem novos casos da doença caso o vírus volte a circular no Ceará. Outras 67 apresentam médio risco e 56 possuem baixas chances de voltarem a ser afetadas pelo sarampo. 

A análise leva em conta indicadores relacionados à qualidade do programa de imunização e da vigilância epidemiológica, como a taxa de abandono entre as duas doses da vacina contra a infecção, e características intrínsecas dos municípios, como densidade populacional e presença de zonas vulneráveis. A estrutura organizacional para resposta na rede de saúde pública também é avaliada a partir de dados sobre a cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e também dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). 

Conforme explica a coordenadora de Vigilância e Saúde da Sesa, Daniele Queiroz, o Ceará foi o único estado do País cuja cobertura vacinal contra o sarampo atingiu, no ano passado, a meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde. O grande alcance da imunização garante maior proteção da população contra um novo surto. No entanto, aspectos próprios de determinados municípios, a exemplo do nível de urbanização e de adensamento populacional, são favoráveis à proliferação do vírus. 

“Esses estudos começaram a ser realizados depois da epidemia e servem para nortear as ações do período seguinte. Como nós não temos sarampo, não podemos avaliar o resultado da vigilância pelos casos. Por isso, utilizamos esses indicadores”, afirma Daniele. “Municípios com alta taxa de urbanização têm maior risco, assim como os de maior densidade demográfica, porque a aglomeração de pessoas aumenta o risco de disseminação caso o vírus chegue”, completa a coordenadora. 

A Sesa fez visitas técnicas a 48 municípios com classificação de risco entre alto e muito alto para planejar estratégias de vacinação de públicos mais vulneráveis. A campanha de imunização de 2018 contra a doença terá início no próximo dia 6. Daniele Queiroz destaca que a vacinação é a medida mais eficaz para evitar a reintrodução do vírus e o surgimento de novos casos. A cobertura de 95% do público-alvo, segundo a coordenadora da Sesa, assegura que o vírus não volte a circular no Estado. 

Para atingir a meta, contudo, é preciso combater a taxa de abandono vacinal. Por se tratar de uma imunização com duas doses, é comum que parte da população inicie o esquema vacinal, mas não o finalize. “A estratégia que será lançada em agosto é justamente para corrigir qualquer falha que exista na cobertura vacinal. É a oportunidade de colocar em dia a caderneta de vacinação de crianças de 1 ano até menores de 5 anos e de adultos”, afirma Daniele. 

A coordenadora ressalta que a vacinação contra o sarampo também abrange a população de 12 a 49 anos de idade. Pessoas na faixa etária de 12 a 29 anos precisam receber duas doses da vacina para serem consideradas protegidas contra o sarampo. Já aquelas com idade entre 30 e 49 anos precisam apenas de uma dose. 

Fique por dentro 

Fim do surto completa três anos 

Este mês de julho marca três anos do fim do último surto de sarampo registrado no Ceará. A epidemia ocorreu entre 2013 e 2015, quando foram contabilizados 916 casos da doença. Na época, o Estado se encontrava há 15 anos sem ocorrências. A cadeia de transmissão do vírus só foi interrompida em julho de 2015, após intensificação da vacinação nos municípios cearenses, com a realização de buscativas de pessoas não imunizadas. No ano seguinte, a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) deu por encerrado o surto 

Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE

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