Baixinho de 1,61m, canhoto e veloz. Colecionou glórias dentro das quatro linhas, com dois acessos para a Série A, sete títulos estaduais e gols memoráveis. Fora do gramado também chamou a atenção, reunindo polêmicas à medida que o sucesso no futebol aumentava, desde excessos com baladas a prisão por não pagar pensão.
Natural de Ipu, Francisco Clodoaldo Chagas Ferreira, 39 anos, mais conhecido no mundo da bola como Clodoaldo ou Clodô, deixou inúmeros zagueiros no chão com dribles desconcertantes e humilhou goleiros com seu toque magistral: a “cavadinha”.
Clodoaldo fez história com a camisa do Fortaleza e é considerado um dos maiores ídolos do clube. Apesar disso, o baixinho ficou distante do Tricolor por 13 anos, sem sequer poder entrar na sede da equipe, depois de ter ido jogar no maior rival, o Ceará, em 2006. Entretanto, a situação é página virada. O jogador ganhou a oportunidade de voltar ao Pici, está jogando a Taça Fares Lopes e vai encerrar a carreira no Leão.
Em entrevista ao O POVO, Clodoaldo comentou sobre o auge e as glórias pelo Fortaleza, a oportunidade de retornar ao clube, a quase transferência para o Flamengo, os arrependimentos e os episódios polêmicos, como a ida para o Ceará, a prisão e as atitudes fora de campo, que prejudicaram sua carreira.
O POVO – O que se passa na sua cabeça ao voltar à rotina no Fortaleza?
Clodoaldo – Acho que pra mim está sendo como se fosse o início, a primeira vez que cheguei ao clube. Quero aproveitar essa oportunidade para fazer um bom trabalho e coroar essa linda carreira. Quem sabe com o título (da Fares Lopes).
Retorno
O POVO – O que representa o retorno?
Clodoaldo – Tudo! Estou voltando ao clube depois de 13 anos que eu nem entrava no Fortaleza. As coisas foram acontecendo e agora estou de volta como jogador. É muito importante pra mim.
O POVO – E mudou muita coisa aqui no clube em termos de estrutura?
Clodoaldo – Mudou tudo. Vinha conversando ali. Me perguntaram como era o alojamento, era tudo diferente. Mudou tudo. Se hoje posso resumir: mudou da água para o vinho.
O POVO – Antes mesmo do convite de voltar a atuar pelo Fortaleza, você teve uma aproximação com clube pelo ex-presidente Luiz Eduardo Girão. Como foi esse contato?
Clodoaldo – Foi no ano passado. Tive a oportunidade de conhecer o Eduardo Girão. Estava resolvendo coisas minhas no clube e ocorreu esse encontro. Se fosse combinado, não teria dado certo. Mas conversamos um pouco. Foi importante essa conversa. Deixei acontecer naturalmente. Alguns meses depois voltei como funcionário (embaixador do clube).
O POVO – E de onde surgiu esse convite para você voltar a jogar pelo Fortaleza?
Clodoaldo – Eu tinha esse sonho. Sempre brincava com o Marcelo Paz (atual presidente). Um dia ele acabou dizendo: “não sei se vou fazer um jogo ou colocar você em alguma competição”. E eu fiquei tranquilo, deixei as coisas acontecerem. Quando foi agora, recebi essa notícia de voltar a jogar. Tenho que dar meu melhor para retribuir o carinho do presidente, da torcida, dos funcionários e da nação que têm carinho por mim.
O POVO – O que você estava fazendo antes disso?
Clodoaldo – Disputei a Série D pelo Juazeirense em 2016 e depois acabei voltando para Fortaleza esperando aparecer alguma coisa. Mas tem que se virar no dia a dia. Quando não dá certo no futebol, tem que correr atrás de algo. Não deixei me abater enquanto não aparecia algo. Tinha o desejo de alguns clubes do Interior, mas com todo respeito não tinham estrutura nenhuma. É complicado voltar depois de ter uma história brilhante para passar dificuldade num clube desses, de você receber um mês e depois não receber o restante. Tinha colocado na cabeça que se fosse para voltar seria para jogar no Fortaleza e encerrar a carreira aqui.
O POVO – Então, você falou que não surgiram propostas interessantes. Você trabalhou com outra coisa?
Clodoaldo – Até três meses atrás, estava trabalhando num colégio, passando meus conhecimentos no futsal, que é um esporte que gosto também. Pude trabalhar com crianças e passar minha experiência tanto com coisas boas quanto ruins.
O POVO – Como era o contato dessas crianças que não viram você no auge, mas que os pais sabiam quem tinha sido o Clodoaldo?
Clodoaldo – No primeiro dia, como você frisou, não houve um contato mais próximo porque as crianças não tiveram a oportunidade de me conhecer jogando. Mas a partir da segunda semana, quando os pais souberam que eu estava fazendo o trabalho, foi muito gratificante. Via os pais acompanhando o trabalho e conversando com os filhos que tinham me visto jogar. Logo os garotos já sabiam tudo sobre mim, os gols que eu tinha feito, onde tinha jogado. Foi muito legal.
O POVO – Você ensinou a “cavadinha”, sua marca registrada?
Clodoaldo – No futsal é difícil. Mas o que dava para fazer eu ensinei. Tentei passar o que de melhor sei do futebol.
O POVO – Você teve receio de voltar ao Fortaleza por ter ido jogar no Ceará?
Clodoaldo – Quanto a isso, foi resolvido logo quando conversei com o Girão. Sei que não foi 100% (por parte da torcida). Mas aceito com naturalidade. Alguns têm todo o direito de se mostrar chateados comigo da forma que aconteceu. Mas pouco a pouco estão procurando aceitar.
O POVO – No treino aberto, alguns torcedores vieram lhe cobrar por ter ido jogar no rival, mostrando que ainda não lhe perdoaram. Você não acha exagerado essa cobrança, tendo em vista o dinamismo do futebol?
Clodoaldo – Isso é natural. Quando você vem para um clube com uma torcida gigantesca que nem o Fortaleza, a cobrança é normal. Só cobram quem tem capacidade de dar algo a mais. Me acostumei desde o início quando cheguei ao Fortaleza, do peso da camisa e do que era jogar aqui. Tive uma bela história. Mas eles têm que cobrar mesmo. Aceito as críticas deles pela situação que aconteceu.
O POVO – Nesses 13 anos, você sofreu perseguição da torcida?
Clodoaldo – Quanto a isso, acontece na vida profissional do ser humano. Sempre tem o lado positivo e negativo. Já cansei de chegar em lugares e ter torcedores do Fortaleza que têm admiração por mim. Apesar da situação, me respeitavam. Assim como cheguei em lugares e ocorreram contratempos, onde tinham torcedores mais revoltados. Enquanto estavam só me xingando, tudo tranquilo. Mas quando parte para a agressão fica mais complicado. Mas nunca chegou a esse ponto.
O POVO – Já teve que ir embora de um lugar por causa disso?
Clodoaldo – Saí algumas vezes, mas não por medo, por respeito aos que estavam bastante magoados. E pra mim não era importante estar num local que pessoas não me queriam ali. Muitas vezes achei melhor me retirar para evitar um problema pior.
Ida ao Ceará
O POVO – Se arrepende de ter ido jogar no Ceará? O que aconteceu nos bastidores para você ter se transferido em 2006 para o maior rival do Fortaleza?
Clodoaldo – Aconteceram muitas coisas. Não gosto nem de tocar no assunto, nem citar pessoas daquele momento da minha saída do Fortaleza. Como já falei, se pudesse voltar atrás, com certeza não teria tomado essa decisão.
O POVO – Foi o ano mais conturbado da sua carreira? Como foi conciliar esse momento de jogar no Ceará sendo ídolo do Fortaleza?
Clodoaldo – Isso é normal. Já aconteceu com vários jogadores. O Romário jogou nos três grandes do Rio de Janeiro, por exemplo. Mas o torcedor tem o direito de cobrar pra ter o seu ídolo. Nenhum torcedor gosta de ver o seu ídolo indo para o maior rival. Mas como já falei, passou, isso é o que importa, vida nova. Quero aproveitar ao máximo esse novo momento no Fortaleza.
O POVO – Vamos voltar ao início da sua carreira. Como você começou a gostar de futebol e iniciou a sua trajetória?
Clodoaldo – Toda minha família gosta de futebol. Não tinha como não gostar. Acabei começando no futsal do colégio do Estado, em Ipu. Depois consegui uma bolsa para estudar em um colégio particular para jogar na seleção. Tive a oportunidade de vir para o Fortaleza aos 16 anos. Fui bem recebido. Quando cheguei aqui não tinha a estrutura que tem hoje. É tudo diferente. Esses atletas agora têm toda uma estrutura, um trabalho para ser feito para eles. Quando cheguei, aconteceu de muitas vezes não ter o que comer. Mas eu nunca pensei em desistir e pude fazer uma bela história.
O POVO – Mas como foi a transição de Ipu para jogar no Fortaleza?
Clodoaldo – Tinha dois amigos que jogavam no Fortaleza, o Expedito e o Neném Ipu. Eram da minha cidade, do meu bairro, e perguntaram se eu não queria fazer o teste. Não deixei nem eles acabarem de fazer a pergunta: “eu vou”. Falei com minha mãe e fui. Só tenho a agradecer a eles por terem me dado a oportunidade de eu vir pra cá.
O POVO – Em casa, seus familiares já eram torcedores do Fortaleza?
Clodoaldo – Toda a minha família era flamenguista de coração. Aqui não torciam nenhum clube. A partir do momento que vim pra cá, tanto minha família quanto os amigos começaram a ter simpatia pelo Fortaleza. E tudo foi acontecendo, logo me tornei profissional. Acho que 70% da minha cidade é Fortaleza por conta que eu vim jogar aqui e consegui construir essa história.
O POVO – Na infância, você chegou a passar dificuldades?
Clodoaldo – Apesar de os meus pais não terem condições, ralavam muito para dar o melhor. Se não tinha tudo que queria, eu amava tudo que tinha naquele tempo. Agradeço a eles por terem me ensinado a valorizar as coisas. Eles me deram o mais importante: a educação para ser um cidadão de bem. Não tem preço ser respeitado e reconhecido nos lugares.
O POVO – E nos tempos de escola, você chegou a pular muito muro para bater um “racha” com os amigos?
Clodoaldo – Demais (risos). O muro era baixo. Eu também sou baixinho, mas tinha a ajuda dos amigos. A gente saía uma pouco antes de acabar a aula. Já combinávamos na hora do recreio que tal hora tinha que sair. Dá teu jeito. Já tinha amigo que ficava na aula para levar os livros depois. Tinha o parceiro que não jogava nada, mas queria estar do meu lado.
O POVO – Você ainda recorda do dia do seu teste no Fortaleza?
Clodoaldo – Lembro sim. Quando cheguei com 16 anos, fiz um teste no sub-20. Jurandir Branco era vivo, ele que me descobriu e me deu a primeira oportunidade. Depois do primeiro treino, na semana, já assinei o contrato para jogar no sub-20. Eu baixinho, os caras grandões. Sou muito grato ao Jurandir.
O POVO – Você sofreu algum tipo de preconceito por ser baixinho?
Clodoaldo – Sim. Quando cheguei, pessoal já olhou desconfiado. Falaram para o meu amigo: “ele é muito pequeno”. “Calma, deixa começar o coletivo”, respondeu meu amigo. Quando começou, peguei a bola e tudo mudou.
O POVO – O primeiro gol pelo Fortaleza, lembra ainda?
Clodoaldo – Se eu te falar que meu primeiro gol foi quando jogamos a preliminar de um jogo do Fortaleza, no Castelão, contra o Calouros. Ganhamos de 8 a 1. Meu primeiro gol foi de bicicleta no Castelão, logo na minha estreia. Não tem coisa melhor.
O POVO – E como foi a chegada ao profissional?
Clodoaldo – Joguei em quase todas as categorias passando por etapas até o profissional. No fim de 1999, quando cheguei (ao profissional), o treinador era o Galli Neto. Ele me deu a oportunidade de ficar treinando, mas trouxe jogadores da confiança dele. Eu ia sempre no banco. O meia-esquerda titular na época estava arrebentando e acabou saindo da equipe. O Galli Neto me chamou, conversou comigo e disse que não ia trazer ninguém, que confiava em mim. Desde então, foi difícil tomar a camisa 10 do Clodoaldo.
O POVO – E como era essa época de ouro na sua carreira no profissional com grandes jogadas e gols em cima do maior rival?
Clodoaldo – Era tranquilo. Jogava todos os jogos. Sempre queria jogar contra o Ceará. O craque aparece em jogo difícil, truncado. Graças a Deus, desde o primeiro jogo, sempre fui abençoado em fazer gols. Tive esse privilégio de fazer gols nos clássicos. Foi muito importante pra mim.
O POVO – O que tinha do outro lado que te inspirava tanto?
Clodoaldo – Era o Clássico! Ver o Castelão lotado, ver a torcida do seu time incentivando, cantando uma música, não tem coisa melhor. Várias pessoas fazerem uma música para você num estádio lotado cantando, não tinha como eu jogar mal, não fazer nada. Quando eu ouvia aquela torcida, me doava ao máximo porque queria que o carinho que eles estavam passando fosse retribuído. Queria que eles saíssem felizes com vitórias e gols. Era a principal motivação.
O POVO – E Clodoaldo como era aquele momento dentro de campo, quando a torcida começava a cantar o “Rap do Clodô”?
Clodoaldo – Passava um filme na cabeça. Saí do Interior, vim para Fortaleza, um clube grande com torcida espetacular, e me tornei um ídolo. Eu tirava força de onde nem sei. Várias vezes o resultado não estava bom, mas tinha que dá um jeito junto com o grupo para o torcedor ficar feliz.
O POVO – Você conquistou de dois acessos para a Série A pelo Fortaleza (2002 e 2004). No primeiro, você teve uma participação mais efetiva. Guarda muitas recordações dessa conquista?
Clodoaldo – Não tem como esquecer pelo que a gente fez na competição. Foi uma campanha impecável. Dentro de casa, a gente empatou uma e venceu todas as outras contra quem veio pra cá. E fora roubávamos pontos. Aqui dentro foi quase 100%.
O POVO – Mas como era aquele grupo nos bastidores? Teve algum momento marcante na competição que vocês passaram acreditar a partir daquele momento?
Clodoaldo – Isso aconteceu logo quando o elenco foi formado. Nesse time de 2002 ninguém tinha vaidade, quem iria jogar ou quem ficaria no banco. Cada um torcia pelo outro, respeitava o momento e tinha que respeitar a oportunidade. Todo mundo era amigo, uma família mesmo. Algumas vezes a gente chegava de viagem e pedia que tivesse concentração. Tínhamos o mesmo objetivo, o acesso e a oportunidade de entrar para a história do clube. Houve muita solidariedade.
Flamengo
O POVO – No auge, você ficou perto de sair pra onde? O Flamengo quis mesmo te levar?
Clodoaldo – Esteve sim. Estava quase tudo certo com o Flamengo. Teve um clube árabe também que veio pra cá comprar meu passe, mas acabou não acontecendo. Não saí, mas a felicidade continua aqui. Não é porque não tive uma oportunidade de ir pra fora, que eu não iria amar o clube ou não iria me doar. Pelo contrário, isso me fortalece mais e me deu vontade de mostrar ainda mais o meu valor.
O POVO – E faltou o que para sair?
Clodoaldo – O Flamengo não chegou a um acordo com o Fortaleza. Viria um jogador de lá pra cá e eu iria. Mas o que me passaram é que o Fortaleza queria dois atletas. Acabou que não teve acordo. Enquanto o time árabe, o presidente da época disse que não poderia decidir sozinho que eu tinha que ter calma. Como não teve paciência do clube árabe para esperar mais tempo pela negociação, acabou não acontecendo também.
O POVO – Qual foi o seu melhor parceiro de ataque?
Clodoaldo – Me dava muito bem com o Vinicius. Criamos uma amizade dentro e fora do campo. Passamos a ser amigos de verdade, não só de trabalho. Até hoje a gente mantém um contato muito bom.
O POVO – Tem alguma história curiosa dessa parceria com o Vinicius?
Clodoaldo – Como eu era baixinho, os caras vinham para me intimidar. No escanteio, aproveitavam para dar uma pancada sem bola. Quando ele (Vinicius) via, já ia pra cima. Ele falava: “Com a bola pode até dar nele, mas sem a bola, vocês vão ter que se ver comigo”. Aí eu brincava: “Boa, Vinicius, gostei”. Aconteceram muitas coisas boas na vida da gente.
O POVO – Qual foi o zagueiro mais difícil?
Clodoaldo – Foi o Ronaldo Angelim. Joguei contra desde a base. Que cara chato, duro demais. Às vezes, eu dava o drible, mas ele já estava na frente de novo. Tenho respeito e carinho enorme por ele.
O POVO – Como foi acompanhar de longe o Fortaleza durante esse tempo todo na Série C, sem poder sequer ir ao clube devido à saída polêmica para o maior rival?
Clodoaldo – Pra mim, era muito triste assistir o clube que a gente ama passar por uma situação dessa, de 8 anos na Série C. Acho que o torcedor não merecia isso. O clube não merecia. E você estar de fora, sem nem poder entrar para falar com alguém, passar algo. Mas tudo aconteceu no tempo de Deus. As coisas têm fluído, o time está próximo de chegar à Série A agora.
O POVO – Você comemorou muito esse acesso?
Clodoaldo – Comemorei bastante quando o clube subiu. Estava entalado. Às vezes chegava em um local e tinha que ouvir pessoas falando coisas ruins do clube. Quando subiu para a Série B pude desabafar e ficar tranquilo.
Baladas
O POVO – No auge, você se envolveu em polêmicas relacionadas a festas e o rendimento em campo. Sua carreira foi atrapalhada por más companhias? Era difícil alguém dizer não pra você em relação a excessos na carreira?
Clodoaldo -Acho que o não tinha que partir da minha parte. Hoje o não sai naturalmente da minha boca. Quando vejo que não é pra mim, vou falar não. Anos atrás, mais novo, não tinha a cabeça que tenho hoje. Eu ia mesmo. “Vamos ali, Clodoaldo?”. Eu sempre dizia: “vamos”. Não tinha problema com isso, mas me atrapalhou. Não foi por conta de ninguém. Você só faz uma coisa quando você quer. Se você não quer, não vai. Se alguém se prejudicou nisso tudo foi o Clodoaldo.
O POVO – Depois do auge, tem muita gente que está contigo até hoje?
Clodoaldo – Tenho poucos amigos. Os de verdade continuaram com Clodoaldo após o auge da carreira. Sou grato a eles por terem ficado comigo nos momentos difíceis. São poucos, mas são verdadeiros.
O POVO – Muita gente desapareceu?
Clodoaldo – Muita gente. Quando você está bem, você vê quem está do seu lado. Quando você está mal vê realmente quem está por interesse ou por amizade sincera. Foi bom ter essa experiência que passou. Se tivesse a cabeça que tenho hoje, faria tudo diferente de anos atrás.
O POVO – E sobre as baladas e o consumo de bebida alcoólicas, existem muitas histórias de excessos. O que tem de verdade e o que tem de mentira dessas histórias sobre o Clodoaldo?
Clodoaldo – Eu saía mesmo para as baladas. Como já falei, cansei de sair da balada direto para o treino. Isso me atrapalhava. Mas quando os outros falam de mim, entendo com naturalidade que têm pessoas que criticam para ajudar e têm os que criticam porque são frustradas que não conseguiram nada na vida.
O POVO – Mas você tinha problema com a bebida?
Clodoaldo – Não, eu bebia naturalmente como qualquer pessoa quando sai. Eu bebia na frente de qualquer pessoa, não estava nem aí. Se fosse hoje, eu não faria tudo na frente das pessoas. Teria o momento certo. Se fosse acontecer, seria reservado.
O POVO – Você tem três filhos e chegou a ser preso por não pagar pensão. Foi o golpe mais duro que você levou na vida?
Clodoaldo – Acho que pensão é uma coisa que pode acontecer com qualquer pai de família. Não está roubando, matando, nada de errado. Na minha situação, dei a grana para um empresário e ele sumiu. Tinha que passar por isso para que eu me fortalecesse.
O POVO – Como é a relação com os filhos?
Clodoaldo – Tenho uma boa relação com os três. Sempre que posso estou com eles passando coisas positivas. São duas meninas e um menino.
O POVO – Gostam de futebol?
Clodoaldo – Gostam, mas quero que eles estudem que é melhor. (risos)
RAP DO CLODÔ
O desempenho em campo pelo Fortaleza projetou Clodoaldo nacionalmente. O atacante cearense também ganhou repercussão pelo “Rap do Clodô”, música feita por torcedores do Leão e cantada no estádio. Até hoje muitos fãs e repórteres pedem para o atleta cantar a canção. “Brinco com eles: como cantor sou um ótimo jogador”
DECISIVO CONTRA O CEARÁ
Com status de carrasco do rival, Clodoaldo fez 18 gols no Ceará vestindo a camisa do Fortaleza. O baixinho ajudou o Tricolor na conquista de cinco estaduais
RETORNO COM GOL
Clodoaldo fez gol logo na reestreia pelo Fortaleza na Fares Lopes. O baixinho também já disputou o Clássico-Rei contra o Ceará. Ele não marcou, mas deu assistência para o gol da vitória por 2 a 0
Fonte: O Povo
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