Atualizada às 12h22
O geógrafo Luis Jorge Dias, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), disse que o terremoto registrado na manhã de hoje (3) foi o maior da história do Nordeste. Segundo ele, é provável que novos tremores imperceptíveis ocorram nos próximos dias, mas que a bacia sedimentar do Parnaíba não é totalmente conhecida pelos especialistas e pode apresentar abalos sísmicos de maior intensidade.
Segundo ele, os tremores de maior impacto já registrados na região ocorreram em 1994, atingindo 4,2 graus na escala Richter. Hoje, o tremor atingiu 4,7 no epicentro do abalo, na cidade de Belágua (MA). Em Teresina, segundo ele, o impacto deve ter atingido 4,5 graus.
“No último século, registramos de cinco a seis impactos de intensidade mais notória na região, mas nada dessa magnitude. Podemos dizer que é o maior da história do Nordeste. Não é algo que apresente riscos em larga escala à vida da população, mas pode haver novos tremores, provavelmente não perceptíveis”, disse.
Quanto a possíveis falhas na bacia do Parnaíba, ele declarou que a situação geológica ainda é desconhecida. Assim, é possível que a acomodação das placas tectônicas, pelos abalos secundários, sejam sentidos de forma diferenciada no Piauí.
Atualizada às 10h22
O terremoto sentido em Teresina foi registrado pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília e chegou a 4,7 graus na escala Richter. O epicentro ocorreu em Belágua-MA, a 90 km de São Luís (MA) e 230 km de Teresina (PI).
O Cidadeverde.com entrou em contato com o sismólogo Marcelo Rocha, do Observatório Sismológico. Ele explicou que não há motivos para preocupações e que o país já registrou outros terremotos maiores. O principal deles foi em 1955, na Serra do Tombador (MT) e chegou a 6 graus.
O especialista disse que ainda é uma avaliação preliminar e que a Defesa Civil está juntando mais informações. “Até o momento não temos registro de prejuízos relacionados ao terremoto”, completou.
Marcelo afirmou que novos tremores podem acontecer, mas provavelmente serão de menor magnitude. “A energia que se acumula é liberada em falhamentos geológicos. Isso é normal no planeta que é dinâmico. Mas, a maior parte dessa energia é liberada no primeiro evento. A réplica da acomodação é de menor magnitude e muito provavelmente não deve ser sentida”, esclarece.
O sismólogo disse que o Brasil está no centro de uma placa tectônica, por isso, não há registro de grandes terremotos. “Geralemente os terremotos são resultado de movimentos intraplaca. Não há como dizer se é algum evento novo, mas dificilmente é”.
Atualizada às 9h57
Por volta das 9h40 desta terça-feira (3), teresinenses sentiram um tremor de terra em diversas áreas da capital. Ainda não há registros de acidentes ou feridos, mas os relatos nas redes sociais surgem de todas as zonas da cidade.
O geólogo Paulo Lages, da Secretaria de Mineração, explicou que o tremor sentido em Teresina pode ter sido ocasionado por acomodação de placas tectônicas, deslocamento de placas regionais ou ainda alguma movimentação de placas oceânicas. Mas informou que a capital não possui monitoramento adequado para esse tipo de situação. Ele disse que os tremores na capital chegam no máximo a 4,5 graus da escala Richter, mas que geralmente não ultrapassam 2,5 graus. Ele acrescentou que novos tremores podem acontecer em breve.
“Se esse deslocamento não foi suficiente para aliviar a tensão, pode acontecer novamente. Mas, teoricamente, em Teresina não tem como haver grandes proporções, apenas se for algo novo, que surgiu agora”, disse. Essa não é a primeira vez que Teresina tremeu. O geólogo lembrou que há algum tempo, cerca de 10 anos, a população sentiu a mesma sensação e não foram registrados danos.
Nas zonas Sul e no Centro de Teresina, há diversos relatos de sensação do tremor. Muitos trabalhadores deixaram os prédios públicos do Centro da capital, temendo algum acidente.
Alguns relatos na redes sociais informam que moradores de outras cidades do Piauí e em outros estados também sentiram a terra tremer. O clima é de pânico em muitos locais.
Moradores de um prédio no bairro São Cristóvão, na zona Leste, desceram com medo após sentirem o tremor. Um deles narrou que sua cama balançou e correu para a rua. No bairro Mocambinho, na zona Norte, uma moradora disse que estava na mesa escrevendo, quando sentiu a mesa tremer, o portão e a cadeira que estava sentada. “Eu levantei rápido para ver o que era mais logo passou. Eu fiquei com medo e preocupada que eu não sabia o que era, pensei que fosse vento forte para balançar o portão, mais não estava vetando”, declarou a professora Carmem Iolanda.
Maria Romero e Jordana Cury
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Fonte: CidadeVerde.com
Redação Ipu Post
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