A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, homologou nesta segunda-feira (30) as delações dos 77 executivos da Odebrecht sobre o esquema de corrupção do Petrolão, um sinal de que o caso avança, mesmo depois da morte do juiz Teori Zavaski, com quem estava o processo.
“A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou as 77 delações da Odebrecht. O segredo de justiça será mantido”, informou o Supremo Tribunal Federal.
As confissões permanecem, por enquanto, sob sigilo e serão enviadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que decida se apresentará novas denúncias a partir dos dados fornecidos, algo que se acredita que ocorrerá.
Decisão demonstra que Lava Jato continua
O STF é responsável por processos contra funcionários federais com cargos em vigor e, portanto, protegidos por foro privilegiado, como deputados, senadores e ministros.
Os primeiros vazamentos das confissões envolveram o presidente Michel Temer e várias pessoas próximas, que desmentem categoricamente qualquer envolvimento. A investigação, conhecida como “Operação Lava-Jato”, foi deflagrada em 2014 em Curitiba pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro.
O procurador que chefia a chamada “Força Tarefa” da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, disse na semana passada à AFP que o número de investigados pode duplicar. “A perspectiva é que a operação duplique (…) A colaboração da Odebrecht e de vários de seus executivos aportará provas que podem continuar em Curitiba, mas que muito provavelmente se espalharão por todo o Brasil como filhos da investigação”, explicou.
Cármen Lúcia agora precisa decidir quem assumirá o caso, que pode ser distribuído entre vários dos ministros restantes do tribunal. Temer já indicou que aguardará esta decisão antes de designar o substituto de Zavascki.
Odebrecht é caso de Estado
A empresa ficou encurralada depois que o juiz Sérgio Moro, símbolo da luta contra a corrupção no Brasil, condenou seu ex-presidente Marcelo Odebrecht a 19 anos e quatro meses de prisão. Asfixiada pelas denúncias e pela perda de negócios, assinou um acordo para colaborar com as autoridades em troca de uma redução de pena.
O grupo e sua filial Braskem também aceitaram pagar US$3,5 bilhões em multas no Brasil, Estados Unidos e Suíça depois de terem reconhecido que subornaram funcionários públicos para fazer seus negócios. Sua rede de corrupção se estendeu a Colômbia, Peru, Venezuela, Argentina, Panamá, Equador, República Dominicana e Guatemala, entre outros, onde precisou fazer outros acordos de compensação separadamente. A empresa faturou US$39,119 bilhões em 2015, segundo seu último relatório de resultados.
Fonte: Agência
Redação Ipu Post
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