Sargento da PM Izaías dos Santos Lima tentou conter resgate de presos da Cadeia Pública de Milhã na manhã de ontem
Neste ano, já são contabilizadas 29 mortes de profissionais de segurança no Ceará. A de Izaías dos Santos é a primeira ocorrida no momento em que a vítima estava a serviço das forças policiais do Estado. Mais da metade desses homicídios (17) foram situações de latrocínio (roubo seguido de morte), quando policiais militares, guardas municipais ou membros do Corpo de Bombeiros estavam de folga ou faziam serviços extra — os chamados bicos — como forma de complemento de renda.
Oito mortes de agentes de seguranças foram execuções. Nesses casos, os homicídios ocorrem motivados por vingança ou algum episódio de conflito anterior entre assassino e vítima. Outros três homicídios se deram em circunstâncias diversas como discussões em festas e conflitos familiares. De acordo com a Associação dos Profissionais de Segurança (APS), o Ceará teve 78 mortes de agentes desde 2015, o que resulta em uma média de 26 por ano.
Os dois últimos casos de policiais mortos em serviço aconteceram no fim de 2016. Há pouco mais de um ano, em 15 de novembro, o também sargento da Polícia Militar George de Sousa e Silva, 40, foi atingido por vários tiros quando dava plantão na Casa do Albergado, em Sobral. Um mês depois, no dia 16 de dezembro, o soldado do Ronda do Crato Deyjackson Araújo de Viveiros estava fardado em uma topique voltando do trabalho para casa, em Juazeiro do Norte, quando o veículo foi tomado por assaltantes que o mataram.
Sobre a morte de Izaías em Milhã, a APS divulgou nota de pesar lamentando o caso. “O policial é mais um dos profissionais de segurança que faleceu devido ao acúmulo de funções em sua jornada de trabalho. Hoje chegamos à triste marca de 29 profissionais de segurança assassinatos em 2017”, diz a nota.
O Comando Geral da Polícia Militar do Ceará decretou luto oficial de três dias na corporação. E a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) manifestou pesar pela morte. “Neste momento de dor, a SSPDS reconhece os relevantes serviços prestados à sociedade cearense pelo profissional de segurança e ressalta que não medirá esforços para prender os responsáveis pela sua morte”, finaliza a nota da Secretaria.
Números
29 profissionais de segurança pública foram assassinados este ano no Ceará
JOÃO MARCELO SENA
Fonte: O Povo Online
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