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Governador de Minas Gerais defende aliança ‘contra’ Norte e Nordeste

Foto: Gil Leonardi / Imprensa MG
Ipu Post

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo que os sete estados que formam as regiões Sul e Sudeste criaram um consórcio para articulação política em votações no Congresso contra o que considera perdas econômicas sofridas em favor das regiões Norte e Nordeste.

Ao jornal paulista, Zema afirmou que o chamado Consórcio Sul-Sudeste (Cosud) já vem se reunindo desde 2019, mas que foi formalizado em junho de 2023, após encontro realizado em Belo Horizonte (MG). O grupo é presidido pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e, segundo o governador mineiro, convidou os 256 deputados federais das duas regiões, um dia antes da reforma tributária ser votada na Câmara dos Deputados.
 
Conforme apontou reportagem do jornal O POVO, publicada em 7 de julho, alterações feitas de última hora no projeto, tais como a retirada da prorrogação de benefícios fiscais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste até 2032; a formulação genérica da instituição do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR); e a nova composição do Conselho Federativo, podem colocar em xeque o ritmo de desenvolvimento do Nordeste para os próximos anos.
 
O texto original da reforma tributária previa que o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) teria representação igualitária de cada estado. O tributo deve substituir impostos municipais e estaduais, tais como o ICMS e o ISS.
 
“Nós falamos ‘não, senhor’. Nós queremos proporcional à população. Por que com sete estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam”, relatou Zema, ao lembrar a articulação. O governador mineiro já havia feito insinuações negativas às duas regiões, ao citar políticas de assistência social, tais como o Bolsa Família.
 
“Já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político. Outras regiões do Brasil, com estados muito menores em termos de economia e população, se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos”, argumentou Zema ao defender a atuação do Cosud.
 
 
Fonte: O POVO via AVSQ

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